quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Projeto “Por uma escola de atitude”. Sub-Tema: Não ao preconceito racial! Não ao Bullyng! - Finalista de Minas Gerais


Como estratégia didática, a E. E. “Dr. Luiz Pinto de Almeida” usa a pedagogia de projetos. A cada ano letivo faz um projeto principal, que envolve toda a comunidade e permeia as diversas áreas do conhecimento. Culmina com apresentações da produção científica e cultural dos alunos. Em clima de cooperação, ressignificam conhecimentos, articulados com a postura ética, política e estética apresentando-os à comunidade, criativamente, através de maquetes, cartazes, painéis, vídeos, apresentações em power-point, poesias e principalmente com a habilidade de expressão oral.
Achamos que deveríamos neste espaço, dividir com vocês um Projeto de nossa escola que alcançou um excelente resultado com um tema tão importante para comunidade escolar quanto para a sociedade brasileira como um todo. Reforçamos aqui a importância cada vez maior que a escola adquire no contexto social, frente às complexas demandas do século 21, mesmo que isso possa parecer utópico. Esta aparente utopia da relevância da Educação no processo de transformação social é clara em nosso Projeto Político Pedagógico e é o impulso de nossa ação, pois temos consciência que a nós educadores foi atribuída a missão de olhar além e contribuir significativamente na formação de transformadores sociais.
Projeto “Por uma escola de atitude”. Sub-Tema: Não ao preconceito racial! Não ao Bullyng!

















• saber onde procurar apoio em caso de racismo;
• resgatar a verdadeira história de luta do povo negro e suas contribuições para a formação da identidade brasileira;
• exercitar sua CIDADANIA em defesa dos direitos dos carentes de oportunidade, sem assistencialismos, pois há muito que fazer pela comunidade negra;
• reconhecer-se como um cidadão que faz parte de um universo maior, devendo respeitar a todas as pessoas;
• compreender que melhorando a si mesmo, ao trabalhar por JUSTIÇA para conquistar seus direitos e reconhecendo os direitos dos outros, estará, automaticamente, colaborando para melhorar o mundo, ajudando-o a encontrar o caminho da PAZ;
• tratar a violência na escola, o Bullyng, como um ato de desrespeito a si, ao outro e à própria humanidade de que todos fazemos parte;
• engajar-se, prazerosamente, nas atividades escolares, resolvendo, através do DIÁLOGO os pontos discordantes.
Nota: grande parte dos objetivos foi elaborada com base no livro “Bonecas Negras, Cadê?” de Maria Zilá Teixeira de Matos (convidada presente na culminância do simpósio realizado).
Incentivo: O projeto foi desencadeado, no dia primeiro de março de 2007.
Ao chegarem à escola, alunos, funcionários e pais foram instigados por inúmeros cartazes, faixas, quadros, que ornamentaram corredores, pátios e demais dependências escolares sobre o tema do projeto.
Desenvolvimento: Questões, que foram levantadas em salas de aulas, proporcionaram elementos, para verificação dos posicionamentos sobre os temas, e se constituíram em fontes de conteúdos para o trabalho pedagógico, que levou em conta as experiências prévias dos alunos.
Avaliação: Contínua e processual. Através de observações foram avaliadas, as atitudes etnocêntricas ou antirracistas dos alunos, no recreio, nas salas de aulas e demais dependências da escola.
Ao final dos trabalhos, foi apresentada aos alunos uma ficha para avaliação da escola com o tema: “Sua escola é etnocêntrica ou antirracista?”

Exemplificaremos algumas atividades trabalhadas em sala de aula com o 8º ano – contextualizando o tema com o planejamento anual.
Livros Básicos:
• Tramas da cor. Oliveira, Raquel de. São Paulo: Selo Negro, 2005.
• Contando a História do Samba. Lopes Ferreira, Edinéia e outras. Belo Horizonte: Maza Edições: 2004.
• Territórios das comunidades quilombolas do Brasil. Araújo dos Anjos, Rafael Sanzio. Belo Horizonte: Editora & Consultoria Mapas, 2005.
Geografia:
- Trabalho cartográfico da localização das comunidades quilombolas.
- Planisfério: De onde vieram forçados os negros, localizações.
- O difícil processo de ocupação do espaço urbano vivenciado pelo negro pós abolição: formação de favelas; apropriação de espaços inadequados. Pág 42.
- Construir um Planetário gigante com localizações estudadas para ser exibido em uma das paredes da escola, onde há grande circulação de pessoas.
História:
- A presença negra em Minas.
- Os quilombos.
- A herança da escravidão.
- A realidade social da população negra.
- Personagens negras da História: Entrando em contato com a cultura e a História.
- Álbum sobre as personagens estudadas.
Ética:
- Cultura negra e religião.
- Relembrando a história de Jéssica.
- Como lidar com o preconceito.
- A nova face da LDB.
- Samba e resistência. Págs. 31-32.
- Convivência na diversidade.
- Interdependência entre os seres humanos.
- Valores éticos e morais para a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.
- Principais entraves para a construção de convivência mais fraterna, sob a ótica das relações de gênero e raça. Pág. 46.
Construir um grande mural com o tema: “Isto é preconceito, você sabia?”
Português:
- A História de Jéssica – Leitura e interpretação do texto.
- Ler e interpretar as poesias do texto.
- Compor poemas sobre o tema, para o Festival de Poesias.
- Vocabulário comentado pág. 97-104.
- Montagem de um alfabeto do samba.
- Leitura e interpretação de textos musicais de compositores negros.
Educação Física:
- Pesquisa sobre as Olimpíadas. Analisar a participação dos brasileiros e discutir a atuação dos atletas negros.
- Praticar os fundamentos da ginástica de solo e verificar a participação de atletas negros nessa modalidade.
Ciências:
- A cor da pele. Págs 33-36.
- Identidade individual e aspectos que influenciam (sexo, idade, grupo social, raça, etc).
- Analogia entre as modernas teorias antropológicas sobre as raças humanas e as teorias racistas de superioridade racial. Pág 43.
- A cor da pele e sua influência cultural e social nas relações humanas estabelecidas no Brasil. Pág. 42.
Organizar um livro da classe com músicas que falam sobre “a cor da pele”.
Artes:
- Origem do samba. Pág. 26-28.
- Tipos de samba. Pág. 29.
- A cultura negra. Pág 44.
- Contribuição do negro nas artes plásticas.
- Instrumentos musicais de origem africana.
- Criar uma dança afro-brasileira, para a culminância do projeto.
Inglês:
Ler, cantar e interpretar: Imagine de John Lennon; Power to the people de John Lennon; Ebony and Ivory de Paul Mccartney.
Ainda contextualizando:






Todas as atividades retrataram a questão do negro no Brasil e forma como tratamos as pessoas, garantindo um novo olhar à comunidade santarritense sobre a questão racial e o respeito ao próximo.
Mais observações da escola: Além da eliminação do preconceito racial ressaltamos o enriquecimento cultural dos alunos ao verificarem que o negro não deixou suas contribuições só na música, dança e nos esportes, mas em todas as áreas da cultura brasileira como por exemplo no âmbito das ciências sociais (geógrafo Milton Santos), da história (Joel Rufino), da Literatura (Machado de Assis) no campo Jurídico (Joaquim Barbosa), etc. Todo o trabalho contextualizado foi documentado em portifólios, fotos e dvd’s. Tentaremos publicálo em uma revista educacional de grande circulação (Amae, Nova Escola...). Aprofundando na questão do negro pudemos também refletir sobre nossos preconceitos e falta de respeito quanto aos: gordos, feios, deficientes, homossexuais, etc e assim diminuir a violência escolar ( Bullying) .
O vídeo da escola feito pelo Canal Futura mostrará o trabalho dos alunos no CAP’S (Centro de Assistência Psico Social) fruto do exercício da verdadeira cidadania- respeito ao nosso semelhante. Confiram!!!!


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